Companheiros,
é com grande preocupação que coloco em pauta o assunto da semana para discussão em nosso blog. Na última sexta, 04 de setembro, tive a infeliz idéia de trafegar por uma de nossas rodovias federais no horário de pico do final da tarde. A situação é de total precariedade no que diz respeito ao cumprimento das leis do "Código Nacional de Trânsito". Quem prestar a atenção no perfil dos motoristas pode traçar um biotipo, padrão, que é de quase totalidade. Famílias, com bagagens até no teto parecendo querer mostrar ao vizinho que está indo viajar, com carros novos em folha ou semi-novos, com som alto ou não e que por regra teimam em se achar mais espertos que você - que está igual a um BOBO aguardando sua vez na fila de carros - trafegando pelos acostamentos.
O tumulto começa quando da primeira retenção, você percebe em seu retrovisor o avanço dos carros pelo acostamento ou pela contra mão, querendo chegar primeiro em seus destinos, como se Búzios ou Cabo Frio fossem sair do lugar em questão de horas. Estes "cidadãos", quando alcançam um certo ponto e percebem que não conseguirão prosseguir pelo caminho "por Deus presenteado a eles", começam a tentar entrar com seus carros de volta na fila oficial. O que me entristece mais, é ver que o companheiro da frente deu passagem a esta escória num total abuso conosco, cumpridores de nosso dever. Ora, se entrou na frente dele, também entrou na minha. No meu entendimento, ele também é conivente! Tal atitude só piora o trânsito e faz demorar ainda mais uma viagem que era para ser agradável. Quando chegamos no "epicentro" da retenção, um entrocamento, por exemplo, parecemos estar numa sucursal do inferno: carros uns por cima dos outros, caos, camelôs gritando, o medo de sermos assaltados, a tensão que o motorista fica pra não ser abalroado ou para não permitir que a fila seja furada pelos malandrinhos. Enfim, quando rompemos esta barreira maldita, passamos para o outro nível do jogo. Passamos a ser retardatários numa disputa em uma pista de alta velocidade que mais parece uma corrida do jogo de vídeo game "Gran Turismo". As possantes máquinas novas e turbinadas passam a uma velocidade média de 120 km/h e quando chegam no destino ainda soltam a pérola "chegamos rapidinho, né amor?" Claro que chegou(!), quase matou meio mundo na estrada.
Agora, não venham vocês argumentar comigo que é pela falta de policiamento, pois eu mesmo testemunhei a presença da Polícia Rodoviária Federal por diversas vezes multando os espertalhões. Mas afinal de contas, eles são abastados, detentores do direito divino e "é só mandar a multa, porque eles pagam mesmo. Eles têm dinheiro e é afinal para isso que ele serve". Meus caros, vivemos uma falência ética e moral em nossa sociedade, onde nem mais o mexer nos bolsos está adiantando para coibir esses desrespeitos e essa total falta de educação dos motoristas fluminenses.
Dr. Ernesto.