sexta-feira, 12 de março de 2010

Despedida...

Companheiros,

é com certa tristeza que declaro encerrado este espaço criado há oito meses atrás. Estamos de mudança para um lugar melhor, é verdade. Estamos partindo de mala e cuia para o site Café História. Como todos vocês sabem, trabalhamos na área de história e é mais vantajoso para nós, estar mais perto do pessoal da área. Mas ainda assim, contamos com vocês lá em http://cafehistoria.ning.com/. Ou clicando no link ao lado.
Foi um prazer estar aqui com vocês.

Att,

Dr. Ernesto.

quarta-feira, 3 de março de 2010

"BBB 10... Faça a sua parte!"

Companheiros,

recebi este e-mail de um amigo e gostaria de dividí-lo com vocês. Acho que ele consegue traduzir uma indignação não só minha, mas de muitos brasileiros:

"Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos heróis, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE: é sacanagem ao vivo!!!
     Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um zoológico humano divertido . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os animais do zoológico: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a não sou piranha mas não sou santa, o modelo Mr. Maringá, a nordestina sorridente, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
     Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
     Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.. Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia. Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa heroína Zilda Arns). Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo. O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o escolhido receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
     Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores ) Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
     Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um artigo de Jabor, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade."

Att,

Dr. Ernesto. 

segunda-feira, 1 de março de 2010

Go West!

Companheiros,

remexendo algumas músicas aqui, achei uma que desperta muitas dúvidas com relação a sua "mensagem subliminar".  É a Go West do Pet Shop Boys. Quem tiver interesse pode assistir o clip em http://www.youtube.com/watch?v=qELD53oflkc . O Pet Shop Boys fez um clip de seu hit Go West, de 1993, onde marcham para o Oeste rumo à uma vida mais bela, livre e feliz. Utilizando uma série de ícones soviéticos (a estrela vermelha, soldados marchando com a bandeira rubra, imagens esculpidas em relevo de Lênin), eles passam a idéia de grandeza no futuro socialista, onde “Life is peaceful there/ In the open air/ Where the skies are blue/ This is what we're gonna do”. Nem a Estátua da Liberdade escapa: foi toda pintada de vermelho. A identificação entre socialismo e felicidade é nítida se se cola a letra da música com o vídeo. Acho que é uma boa pauta de discussão, pois se analisarmos a letra a fundo, vemos que fica aberto a interpretações se eles se referem ao oeste visto da Rússia, ou ao oeste visto dos Estados Unidos.

Att,

Dr. Ernesto.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Datafolha 27/02

Dilma a quatro pontos de Serra... E eu que achei que dessa vez, o tucanato voltaria a pousar no planalto... Ainda tem muita água para rolar em baixo dessa ponte. Melhor do que ver Dilma crescer, é ver o Serra cair.

Dr. Ernesto.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vale a pena ler e comentar!!!

Companheiros,

para esquentar os motores, vai aí um texto que não sabemos ao certo a autoria. Reza a lenda que é da espanhola Mônica Monasterio.

"Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os nossos filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história. O grave é que estamos lidando com crianças mais 'espertas', ousadas, agressivas e poderosas do que nunca. Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com respeito. À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. (...) Hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que poucos os respeitem. E são os filhos que agora esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir ou viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim. Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles. Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade. É assim que evitaremos que novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino. Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito."

Atenciosamente,

Dr. Ernesto.