domingo, 15 de novembro de 2009

O Muro da "Vergonha"

Companheiros,

nesta semana que passou acompanhamos as comemorações dos vinte anos da queda do Muro de Berlim. O que eu me perguntava sempre que era lembrado do acontecimento, era se realmente a construção do muro foi válida. Proibir a passagem do povo da Berlim oriental para a Berlim ocidental não era a única forma de manter o regime socialista. Afinal de contas, para as pessoas que pleiteavam atravessar para o outro lado, ter saúde, educação, transporte e segurança de boa qualidade não eram suficientes. Eles queriam mais. Queriam viver em uma sociedade consumista. Uma sociedade corrompida em sua essência. Onde sempre se busca ter mais só para mostrar ao vizinho o quanto posso ser melhor do que ele e não pelo conforto próprio e básico. Uma sociedade movida pela ganância e não pela vontade de ter aquilo que atenda às suas necessidades. Alguns até argumentavam que estavam separados de seus parentes, mas a grande maioria queria aproveitar estas "facilidades" de um mundo capitalista. Depois de 28 anos, o desejo de muitos foi atendido. Mas nem tudo saiu como o esperado, haja vista que a antiga Alemanha Ocidental virou o "primo rico" e a antiga Alemanha Oriental, "o primo pobre", após a reunificação.  Muro da Vergonha... Vergonha é ter o mesmo carro simples que o meu vizinho tem, ou morrer por falta de atendimento médico, por não ter dinheiro para pagá-lo?  Tenho plena convicção que manter as pessoas cercadas por um muro, não é o melhor jeito de comprovar a eficácia de seu sistema, assim como também tenho a convicção de que muitos alemães da antiga parte oriental se arrependeram da escolha que fizeram. O povo escolheu viver em uma sociedade capitalista e consumista a ter os serviços de bases e de qualidade, como foi noticiado na época. Será que o povo sabe fazer suas escolhas?

Dr. Ernesto.

domingo, 1 de novembro de 2009

Para onde vamos?

Companheiros,

seguindo a linha de raciocínio do último artigo, quero colocar em questão a problemática que é cada vez mais constante em nossos grandes centros. Engarrafamentos em quase todos os horários (não existe mais "rush"), expansão das favelas, violência, criminalidade. Na minha opinião, o "movimento migratório" que está acontecendo hoje é de que as pessoas que tem condição financeira estão optando em morar afastadas dos grandes centros urbanos. Haja vista que podem se manter em lugares onde os serviços são precários, mas o sossego e a tranquilidade são abundantes. No caso contrário, aqueles que não possuem tal condição são cada vez mais jogados para o núcleo dos grandes centros, causando um iminente colapso nas engrenagens que movem o Rio de Janeiro. Estas pessoas, em sua maioria, estão mais perto dos serviços e "facilidades" da capital, mas são obrigados a conviver com os problemas já citados. Sendo que a proporção de pessoas que são obrigadas a viver neste caos é infinitamente maior do que aqueles que podem se refugiar no interior, onde estaremos daqui a dez anos? Teremos lugares suficientes para acomodar de forma confortável essa massa que cada vez mais aumenta? Teremos condições de arcar pelo alto custo da falta de planejamento do passado?


Sossegadamente,

Dr. Ernesto.