sábado, 26 de setembro de 2009

Golpe em Honduras!!!

A equipe do blog presta incondicional apoio à atitude brasileira de refugiar o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. No entanto, queremos deixar claro que nossa atitude é de ratificar o propósito democrático do ato, e não de absolver Zelaya. Defendemos o Estado de Direito. Condenamos o golpe. À ninguém se reserva o direito de retirar uma pessoa eleita pela maioria do sufrágio através da truculência das Forças Armadas. O Brasil, ao não dar abrigo a Zelaya, estaria compactuando com um regime golpista e autoritário, validando assim, o Golpe Militar de 1964, aqui em Pindorama. Se a oposição tinha suspeitas, indícios, quiçá provas, deveria recorrer aos instrumentos de defesa da democracia nacionais e se, estes se mostrassem ineficazes, deveria recorrer aos órgãos fiscalizadores internacionais como a OEA e a ONU. Gostaríamos de ouvir o comentário de vocês, caros colaboradores.

Dr. Ernesto.

12 comentários:

Rafael disse...

Nem é um comentário comentário, é mais umas dúvidas:

1 - Revolução não é um golpe?
2 - Será que tem como comparar 1964, Brasil, com 2009, Honduras?
3 - Isso é a defesa de uma democracia socialista??!?!?!?!?!!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?!?! O.o


Mosquito.

Prof. Diego Ramos disse...

Caro Mosquito,

Acho que você não tem acompanhado, da forma que deveria, as aulas de história aqui da faculdade. Revolução não é golpe. Revolução é a passagem de poder das mãos de um grupo unido ideologica ou politicamente, por outro grupo de pensamentos e linhas totalmente opostos. Em segundo, não estamos comparando o Brasil de 1964, com Honduras de 2009. A referência foi feita para que pensemos na seguinte questão: "não abrigando Zelaya, não estaríamos então concordando com o governo golpista de fato? Concordando com ele, não estaríamos indo contra os 21 anos de luta contra o regime militar aqui no Brasil?" Sim, porque golpe é golpe aqui e em qualquer lugar do mundo. Em qualquer dia, mês e ano. E em terceiro lugar, a democracia e o socialismo podem caminhar juntos. A conscientização popular pode levar um governo socialista ao poder através das urnas. Michelle Bachelet no Chile não foi um exemplo vivo disso? Se os ideais socialistas não foram colocados em prática, aí é outra história. Aqui no blog, em nenhum momento, você leu que para "tomarmos o poder, precisamos matar quem o detém agora". Isso você pode ter ouvido de outras correntes socialistas. Daqui não.

Consternadamente,


Dr. Ernesto.

Fred lemos disse...

o brasil vive uma democracia para inglês ver e em capítulos como estes podemos detectar o quanto temos resquícios de uma ditadura forte e sempre presente (ainda que de forma mascarada) em nossas vidas. serviço militar compulsório, voto obrigatório e tudo mais. parece muito com aquela democracia que temos em casa. papai diz: "aqui em casa cada um tem sua opinião, contanto que sejam iguais a minha." nossa realidade nunca nos permitiu de fato vivermos a democracia em sua plenitude de direitos, inclusive os deveres. sim, para mim o brasil realmente guarda um certo cheiro de golpe em atitudes fracas e imorais que concordam com pátrias nitidamente vorazes em sua política.

J. Xavier disse...

Caro Mosquito, observação infeliz a sua, sobre "Golpe" e "Revolução".
Fred Lemos, muito bem lembrada a sua colocação sobre a democracia doméstica!!!!

Rafael disse...

Pééééééén, Dr. Genocida, parece que ainda tem muita aula de história aí na faculdade para assistir...
A Revolução de 1917, não foi um golpe de Estado? A de 1959 também não? A de 1964 então também não foi!!!!

Tá, vamos falar um pouco sobre o conceito: Revolução.
Segundo o Aurélio: [Do lat. tard. revolutione.]
S. f.
1. Ato ou efeito de revolver(-se) ou revolucionar(-se).
[b] 2. Rebelião armada; revolta, conflagração, sublevação. [/b]
[b] 3. Transformação radical e, [i]por via de regra, violenta[/i], de uma estrutura política, econômica e social. [/b]
[b] 4. P. ext. Qualquer transformação violenta da forma de um governo. [/b]
5. Transformação radical dos conceitos artísticos ou científicos dominantes numa determinada época: 2 2
6. Volta, rotação, giro.
7. Fig. Perturbação, agitação.
8. Rotação em torno de um eixo imóvel.
9. Transformação natural da superfície do globo.
10. Astr. Movimento de um astro em redor de outro.
-----------------------------------
Se não quisermos pegar o que está no dicionário de nossa língua, podemos pegar o que está na História de Nosso mundo. Vamos brincar e citar as revoluções mais famosas e relevantes dos últimos tempos: Revolução Francesa (pacífica né?). Revolução Russa (mole mole). Revolução Cubana (Sin Fuegos neleess!). Revolução dos Cravos (Não foi golpe também né?)....
Chega de História, vamos para a filosofia de um dos mais importantes filósofos do século XIX, que infelizmente esqueceram que ele ficou no XIX: Karl Marx. O que é Revolução para Marx? Não é Violenta? É "gloriosa"? (como a inglesa do século XVI, que muitos historiadores não chamam de revolução EXATAMENTE por ter um caráter pacífico!).. Bem, infelizmente, Dr. Genocida, eu assisti muito bem minhas aulas na faculdade, e já assisti quase todas que deveria, foi um curso longo, de 4 anos, ouvindo a mesma ladainha de séculos passados. Fato é, nem hoje, nem nunca, haverá Revolução Marxista, fato é, não há espaço para tal ato retrógrado e que ficou muito longe do que hoje é o século XXI (sem entrar na pós-modernidade, porque aí o socialismo deixa de ser um pensamento passado e vira uma piada de mal gosto)... Bem, quando terminar a faculdade, me diga que assisti poucas aulas, blz?!

Prof. Diego Ramos disse...

Caro Mosquito,

vejo que você realmente ficou tocado com as colocações que fiz. Mas a intensão é essa. Debater. E ficou tão tocado que não se importou em escrever e escrever até que suas teses possam ter fundamentos, indo até a longínqua - e para mim desnecessária - Filosofia para embasar seus pensamentos. No entanto, quero que saiba que não retiro nem uma vírgula do que disse, por achar que com relação ao artigo abordado, você só se preocupou em atacar uma ideologia com a qual não concorda e não apresentou nenhum tipo de solução ou opinião formada sobre o tema, o que me leva a acreditar que talvez, o seu forte seja mesmo a Filosofia e não a História e todas suas nunaces políticas. E Honduras? Onde fica nessa história? Outrossim, meu caro, o convido a cessar os ataques ideológicos e debatermos a contemporaneidade do problema de nossos irmãos latinos. O convido também a iniciar um debate construtivo, coisa que da sua parte ainda não aconteceu, já que desde de seu primeiro comentário, a intenção foi tripudiar das opiniões do blog. Mesmo que você discorde de nossas opiniões, sua presença é sempre bem-vinda, desde que, você se comporte de maneira respeitosa e menos sarcástica do que vem ocorrendo. Deixemos os comentários preconceituosos para a ocasião em que a pauta a ser discutidade seja a possibilidade da instalação de um governo Marxista, ou de qualquer forma de governo que seja. Mesmo assim, respeitando o espaço democrático, publiquei suas "dúvidas". Só acho que pelo tempo que você cursa a faculdade, deveria saber que os termos são criados para serem usados em sua forma e não para associações do tipo "chavão". Pois para mim, associar Revolução com golpe, é puro chavão de pensadores de academia. Eu não disse (e quero que você procure para ver) em nenhum momento que Revolução é pacífica. Só disse que o que nós buscamos aqui no blog é revolucionar de forma pacífica. Num mundo tão exaurido pelas guerras, por que eu iria optar pelo meio violento? Devo advertí-lo, assim como já fiz em outra ocasião com outros colaboradores, que a utilização de palavras que me soem como ofensivas, como o Dr. Genocida, não serão toleradas e então não publicadas.

Com pesar.

Dr. Ernesto.

J. Xavier disse...

E Honduras? A embaixada para ser invadida e o vocês discutindo verbetes de dicionário...

Peter Garcia disse...

Reconheço que não estou muito por dentro do assunto tratado,mas concordo com a postagem feita. A questão não é defender ou atacar o Zelaya,e sim condenar o ato do golpe para que então a paz seja estabelecida.
Abraço a todos!

Anônimo disse...

Após ler este comentário, eu me pergunto, será que esse total apoio ao zelaya, e esse apelo a instituições democráticas, não é na verdade uma manifestção ideológica. Será que se fosse uma tomada de poder do proletariado, afinal este blog tem logo no topo uma bandeira de cuba, o redator é é o che que nunca se importou de fato com a democracia, será mesmo que vcs iriam tomar como total indignação esse golpe?

por favor, respondam e nao apaguem esse post. È saluta ter opiniões divergentes.

Prof. Diego Ramos disse...

Caro Anônimo,

conforme você educadamente solicitou, seu comentário está publicado e será agora respondido. A nossa manifestação ideológica é sim feita através do apelo à democracia. Faço questão sempre de deixar claro que não apoiamos nenhum tipo de tomada de poder através da força das armas e sim do poder da retórica, exercício que tenho praticado bastante aqui no blog. Não vejo nenhum problema em utilizar a bandeira de um país que hoje, graças a uma revolução, deixou de ser o quintal dos EUA e ter 80% da população subjugada, analfabeta, 40% prostituída e 95% marginalizada e passou ter índices de analfabetismos próximos a zero, saúde e habitação para todo o povo gratuitamente, ao ponto de sua medicina ser referência em todo o mundo. Orgulho em homenagear uma ilha que com quase nenhum recurso consegue investir e apoiar tanto o esporte e seus praticantes ao ponto de disputar as primeiras colocações nos quadros de medalhas das principais competições mundiais. Uma ilha que certamente não vive numa democracia plena, mas que não são noticiados casos de policiais que assaltam trabalhadores, trens em estado precário que só andam lotados, corrupção desde o roubo de leite de escolas até desvio de verbas de hospitais. Lá, meu caro anônimo, nenhum João Hélio foi arrastado por quilômetros. Lá, nenhuma professora foi apedrejada voltando de seu trabalho. Lá, as pessoas saem de casa para ganhar o pão de cada dia da forma mais humilde possível e sabem que voltarão para casa. Mas se você, meu amigo anônimo, ainda acha que lá ocorrem desmandos poíticos, acho que deveria se informar melhor, pois aqueles que não querem se submeter ao regime, é porque não se identificam com o projeto, e as portas de Cuba, para eles, estão abertas. E estes que não se enquadram ou não estão no perfil, é porque não são lá grandes coisas. Preferem um samba, churrasco, mulheres semi-nuas e muita impunidade a terem saúde, habitação, emprego e segurança.
Já com relação ao redator, o Doutor Ernesto Guevara, um médico que deixou sua carreira na Argentina para trás afim de libertar os povos subjugados e massacrados pelos governos opressores e exploradores do clube estadunidense. Que dedicou uma vida para libertar desse fardo pessoas desconhecidas. A título de que um homem deixaria o conforto de sua vida para lutar por igualdade, dignidade e resgate do orgulho de uma nação? Será que não existe nada que seja dígno nessa atitude? Será que pelas pessoas que morreram apoiando a exploração e subjugo ele será execrado para sempre? Creio que não, caro anônimo. Sua figura hoje só não é mais divulgada que a de Jesus Cristo, e nem o desejamos. Isso mostra que como numa democracia, a maioria o absolveu. A história o absolveu. E aqueles que morreram para defender a liberade do povo cubano? Não são lembrados? Fulgêncio Baptista então também deve ser chamado de genocida. Agora, nós aqui do blog, entrando em consenso com o clima que domina hoje o mundo, torcemos e lutamos para que a "nossa" revolução possa ser feita sem mortes. O proletariado pode chagar ao poder sem disparar um tiro. Luís Inácio Lula da Silva é a prova viva disso. Mas você também não deve gostar dele, e eu respeito isso. Por isso, anônimo, espero que toda vez que você entre em nosso blog, use de cortesia para que discutamos e talvez, cheguemos a um denominador comum se forma cordial e harmoniosa.

Dr Ernesto.

Eiserner Kanzler disse...

Agradeço pela publicação e pela resposta, mas sinceramente a uma ligeira distorção nos seus pontos de vista, respeitosamente claro, alguns até apelativos, por exemplo: " nenhum João Hélio foi arrastado por quilômetros" este é um argumento apelativo, crimes violentamente bárbaros, acorrem por tdo o mundo, caro che, tomemos o exemplo de um recente caso em quebec, no Canadá, onde uma mulher foi estuprada e violentamente morta a pauladas dentro de um banheiro do metrô. Se seguirmos essa sua linha de raciocínio, a causa do estupro nao será a loucura e crueldade de um homem, mas será pela atual conjuntura política de Quebec que quer se separar do Canadá. Outro ponto que eu achei importante exemplificar, "pois aqueles que não querem se submeter ao regime, é porque não se identificam com o projeto, e as portas de Cuba, para eles, estão abertas" esta frase nao condiz com a verdade, caro Che, temos o recente exemplo de dois atletas de delegação panamericana de cuba que fugiram aki no brasil durante os jogos panamericanos, como tambem a volta antecipada da delegação cubana, por medo de uma debandada em massa de seus atletas, "e as portas de cuba para eles estao abertas" Ambos sabemos que nao ocorre bem assim. Outra parte do texto que eu acho curiosa é "deixou de ser o quintal dos EUA" na verdade, em termos ela esta voltando, o turismo em cuba é atividade que mais cresce, já coompõem cerca de 12% do PIB,e o turismo em Cuba, caro che, é o que chamamos de turismo adulto, ou seja cassinos e prostitutas, dados se nao me engano de 2004, uma prostituta em cuba chega a ganhar, até tres vezes mais do que um operário, enquanto este em média ganha 340 dólares por mês, uma prostituta em cua ganha 1100 dólares por mês, isto caro Che, é a realidade de Cuba. Enquanto eu ao contrario do que vc possa pensar, realmente estou gostando do governo Lula, acho che enquanto pessoa, um homem de carater formidável, nao sua ideologia política, mas enfim tento tb me ater aos fatos, coisa que nesta sua resposta, respeitosamente, realmente nao ví, só ví um romantismo e uma ideologia atrasada e deturpada, e quanto akele questionamento que levantei, no post anterior, a resposta veio indiretamente.


Agradeço a gentileza, de postar o primeiro comentário.
E espero que tenha da mesma para postar esse segundo.

Prof. Diego Ramos disse...

Caro Eisener,

mantendo o nível como o do comentário acima, terei o maior prazer em não só publicar seu comentário, mas também de debatê-lo com você. Não obstante, acho que poderemos discutir aqui por semanas e mesmo assim não chegaríamos a um denominador comum. Com a sua visão crítica e a minha romântica (tenho ciência disso) nunca vamos entrar em concordância. Mas às vezes, precisamos citar exemplos como o crime que vitimou o menino João, para que possamos constatar que aqui, onde vivemos uma "democracia" plena, a violência estúpida e banal tomou conta das entranhas da nossa sociedade. Isso é violência gratuita. O menino não foi morto em nenhum ato político. O que reforça a minha tese de que pelo mesos parece melhor viver lá num regime fechado, do que aqui com todas as liberades. Tenho medo de sair de casa e ser assaltado! Com relação ao caso dos atletas no Pan, acho que sua colocação não foi muito feliz. Os atletas latinos que são bons, promissores, sofrem muito assédio dos EUA, com promessas de salários altos e luxo. Isso balança qualquer atleta que não prefira um regime igualitário. E é claro que a delegação precisa se proteger e proteger seus atletas deste assédio. Isso é natural. No caso que citou sobre a prostituição, acho também que seria exagero falar que em Cuba não existe prostitutas, sendo que essa é a "profissão mais antiga do mundo". Existirá lá, aqui e em qualquer lugar e acho que discutirmos os ganhos destas "meninas", não seria concreto o suficiente para compararmos a situação entre uma classe e outra. São situações completamente diferentes. O que posso afirmar é que o número de mulheres que precisavam trabalhar nestas condições caiu substancialmente após a Revolução. Espero ter sido mais claro e mais direto, companheiro Eisener, pois o meu intuito na tréplica anterior era de mostrar a você o porque da "bandeira no alto do blog", da foto de Ernesto Guevara e de difundir através daqui, ou de qualquer outro lugar idéias românticas ou até mesmo, na sua visão, deturpadas. Mas prefiro ainda estar aqui prestigiando sua visita, e procurando somente externar o meu pensamento.

Grato.

Dr. Ernesto.